segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Planejamento financeiro pessoal de curto prazo: Seis dicas para você!

Pouca gente questiona a importância do planejamento financeiro, especialmente para o longo prazo. Porém, nunca é demais lembrar que o que chamamos de “longo prazo” é, essencialmente, a soma de vários “curtos prazos”.

Por isso, um fator importante para viabilizar nossos sonhos e objetivos de longo prazo é não ignorar os pequenos passos que podemos dar agora e que vão, através de seu efeito cumulativo, construir o longo prazo que desejamos.

E, neste artigo, veremos seis ações ou atitudes de curto prazo, com potencial de implementação e de obtenção de retorno (feedback) imediatas ou quase imediatas.

São ações e atitudes que você pode adotar a partir de AGORA e cujos resultados serão visíveis imediatamente ou, na pior das hipóteses, em questão de alguns dias ou algumas semanas.

Uma questão conceitual: O que é “curto prazo”?

A definição do que é “curto prazo” e “longo prazo” é uma coisa subjetiva e altamente dependente de contexto.

Por exemplo, no mundo dos investimentos, um horizonte de tempo de até cinco anos é considerado “curto prazo”. Já num contexto de planejamento financeiro, que pode envolver situações complicadas como endividamento e renda irregular, cinco anos pode ser uma eternidade, representando, para muitos, uma situação de “morte financeira”.

Por isso, para o contexto que vamos usar aqui (que é de planejamento financeiro pessoal), vamos definir “curto prazo” como um período que possa ser medido em poucos meses (e a quantidade exata de meses para fazer essa “linha demarcatória” entre curto prazo e médio prazo será conforme as suas necessidades e a sua preferência pessoal).

Mas, enfim, vamos a algumas dicas que podem proporcionar uma importante “correção de rota” com efeitos imediatos ou quase imediatos. A ideia é colocar a mão na massa e resolver problemas “agora mesmo”. Mas, se os efeitos não forem observáveis imediatamente, a expectativa é termos efeitos em alguns dias, com uma mudança (positiva) significativa, duradoura e devidamente consolidada em, no máximo, alguns poucos meses.

  • Analise seu fluxo de caixa 

Fluxo de caixa é o nome que se dá, no jargão financeiro, à sequência de entradas e saídas do dinheiro. Por exemplo, em suas contas pessoais, você certamente tem uma sequência de entradas e saídas, com momentos em que você recebe e momentos em que você faz pagamentos.

Um “bom” fluxo de caixa é aquele em que a sequência de entradas e saídas estão organizadas de forma que “entre primeiro” e “saia depois”. Ou seja, primeiro você recebe os pagamentos (de seu salário ou de sua atividade profissional) e, depois, você faz seus pagamentos.

Porém, muitas pessoas acabam, por falha de planejamento ou por outras razões, ficando com essas sequências invertidas, e são obrigadas a tomar crédito de curto prazo para financiar esse “buraco” entre os recebimentos e pagamentos (que é chamado, no jargão, de “descasamento”).

O problema é que o crédito de curto prazo costuma ser, exatamente, aquele mais caro (como o cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito). Por isso, identifique se você tem “descasamentos” entre seus pagamentos e recebimentos e, caso esteja usando esse crédito de curto prazo para financiar esses “buracos”, defina qual valor será necessário para “casar” as contas no próximo mês.

Só que, ao invés de usar crédito de curto prazo, procure usar uma linha de crédito mais barata (como um crédito pessoal ou consignado) ou, se puder, use o seu cartão de crédito (não o rotativo, mas o período normal de crédito do cartão, para “empurrar” suas despesas por um mês sem pagar juros).

E, naturalmente, se prepare para pagar por esse crédito (não deixe ficar “rodando” de um mês para o outro) e tome as providências para que seu fluxo de caixa não “descase” novamente.

2 – Faça um orçamento 

Fazer um orçamento implica em colocar limites de gastos para si e para sua família. Isso não é uma coisa agradável, mas, por outro lado, fazer o orçamento não é uma coisa demorada.

Com um pouco de boa vontade, você consegue fazer um orçamento bastante consistente em um único dia ou um pouco mais que isso.

Um dos motivos pelos quais as pessoas têm dificuldade em fazer um orçamento (além do fato dele ser algo que envolve restrições) é que, por nunca terem gerenciado as próprias finanças, elas acabam não tendo um “ponto de partida” para definir as receitas e os gastos.

Se for o seu caso (de não ter um “histórico” para fazer seu orçamento), uma ideia interessante é fazer um Orçamento Base Zero (OBZ), que é um tipo de orçamento que desconsidera os dados do passado e só olha “daqui para a frente”. 

3 – Corte despesas

Existem duas formas (e APENAS duas formas) de se fazer sobrar dinheiro: Ou se ganha mais ou se gasta menos. Aqui, não cabe discussão, pois é uma questão meramente matemática.

O ideal é “ganhar mais”, pois assim podemos manter nosso padrão de vida, sem fazer sacrifícios. O problema é que não temos, basicamente, nenhum controle sobre aquilo que ganhamos. Por isso, contar com dinheiro adicional no curto prazo é algo fora de questão e, se acontecer, é por pura sorte…

O processo de “ganhar mais” é, tipicamente, um projeto de longo prazo, que envolve o aprendizado e o desenvolvimento profissional. Por isso, para tentar equilibrar as contas “pra hoje”, o único caminho viável é o corte de despesas.

Defina as despesas a serem cortadas e, ao fazer sua seleção, selecione aquelas que vão causar pouco ou nenhum impacto em sua qualidade de vida. Muitas vezes temos despesas que não agregam em nada em nossa qualidade de vida e que classificamos como meros “desperdícios”. Essas são as primeiras candidatas a serem cortadas.

As despesas são uma parte de nossas finanças na qual “temos controle” (diferentemente das receitas). Então, veja o que pode ser cortado para sobrar mais. 

Uma forma comum de classificar as despesas é entre despesas fixas e variáveis. Para obter resultados mais rápidos, normalmente se mexe nas despesas variáveis, que são aquelas que estão associadas a algum tipo de consumo. Pagamos mais se consumirmos mais e pagamos menos se consumirmos menos.

4- Selecione uma ferramenta de planejamento financeiro 

Um dos principais erros que as pessoas cometem, ao fazerem um planejamento financeiro, é “confiar na memória” para registrar as informações financeiras. É por isso que tanta gente chega no final do mês e têm a sensação de que “não sabem onde o dinheiro foi parar”.

As informações financeiras (especialmente as despesas) precisam ser registradas em algum lugar. E esse “algum lugar” pode ser, literalmente, em qualquer lugar que não seja a sua própria memória.

O mundo atual não sofre, exatamente, da “falta” de ferramentas de planejamento financeiro. Pelo contrário, temos infinitas opções de aplicativos, planilhas e até mesmo o velho e bom “caderninho”, para aqueles que preferem um caminho mais tradicional.

A seleção de uma ferramenta de planejamento financeiro é daquelas coisas que podem ser feitas em poucos minutos (e lembre-se que você pode mudar de ferramenta se não se adaptar). Mas os benefícios do uso consistente de uma boa ferramenta de planejamento financeiro são potencialmente infinitos.

Inclusive, caso não tenha uma ferramenta de sua preferência, fica a sugestão de uma planilha completa de planejamento e controle financeiro.

5- Acompanhe suas despesas por um mês

No tópico anterior se falou da importância de se usar uma ferramenta financeira para registro. Uma das razões pelas quais é tão importante fazer esses registros é que verdadeiros “milagres” acontecem quando colocamos nossas despesas no papel (metaforicamente ou literalmente).

Isso, por causa de nossa memória falha, que acaba se esquecendo dos pequenos gastos que não são muito significativos. Por isso, quando registramos as despesas por um determinado período, o resultado é, muitas vezes, a constatação de que gastamos muito mais do que achamos que gastamos. E esse “choque” pode levar a mudanças duradouras de hábitos, com impactos positivos em nossas finanças.

6- Leia um livro de finanças pessoais 

Livros de finanças pessoais não costumam ser leituras longas e pesadas. A maioria dos livros de finanças podem ser lidos, com um pouco de boa vontade, em poucos dias.

E um livro desses pode trazer insights importantes para a sua gestão financeira e para a sua vida como um todo.

Apenas muito cuidado na seleção de seu livro (ou livros) pois, atualmente, a linha divisória que separa bons livros de finanças pessoais daqueles livros de autoajuda barata (ou coisas que são pura bobagem) é quase invisível. E o que buscamos aqui são ações que podem gerar resultados de curto prazo, e não perda de tempo!

E, quanto a isso, sei que sou suspeito para falar de algo de minha própria autoria, mas, se você gostou deste artigo, talvez vá gostar do meu livro “Liberdade Financeira”.

Neste artigo, você viu seis ações que podem trazer resultados imediatos ou muito rapidamente, e que ajudam a construir as bases para o seu planejamento de longo prazo, que é aquele que te levará aos seus reais objetivos de vida.

Mas nunca se esqueça de que o longo prazo começa como curto prazo e, como dizia aquela famosa frase associada ao filósofo chinês Lao Tze: “Uma longa caminhada começa com o primeiro passo”.

Por isso, muitas pessoas hoje em dia recorrem a consultorias e planejamentos financeiros feito por empresas especializadas em ajudar o cliente com suas metas financeiras. Pode ser um bom começo de um futuro cheio de realizações, já pensou?

Sobre o autor: Parceiro Bússola do Investidor
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